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03 de Dezembro de 2024
Criatividade, você tem? Embora muitos acreditem ser um talento para poucos, especialistas apontam que essa característica pode ser desenvolvida por qualquer pessoa ao longo da vida, desde que exercitada com frequência.
No Brasil, entretanto, os números são preocupantes. Dados deste ano da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revelam que mais da metade dos alunos de 15 anos do país demonstra baixo nível de criatividade ao enfrentar problemas sociais e científicos em uma avaliação de nível internacional.
Diversos fatores, como estresse, ansiedade, falta de tempo e de estímulos adequados, podem prejudicar a capacidade criativa, explica o psicólogo Emerson Marques, do CEJAM.
“Entre os principais obstáculos estão o medo de falhar e o perfeccionismo. Para superá-los, é essencial adotar uma postura curiosa e flexível, reconhecendo que os erros fazem parte do processo. Além disso, um ambiente acolhedor e livre de julgamentos é fundamental para permitir que a criatividade flua naturalmente", destaca.
Apesar de associada frequentemente a campos artísticos, a criatividade desempenha um papel importante para o bem-estar psicológico e a resolução de problemas em diversas áreas da vida.
“Na perspectiva da psicologia, ser criativo é mais que promover inovação ou criar algo. Envolve flexibilidade cognitiva e emocional, a capacidade de conectar ideias, adaptar-se a novas situações e encontrar soluções originais para os desafios”, ressalta Marques.
A criatividade contribui ainda para o desenvolvimento de habilidades essenciais como paciência e confiança, que são fundamentais para lidar com as adversidades.
No entanto, a expressão criativa varia de pessoa para pessoa, sendo influenciada por experiências, espaços, relações e a própria personalidade. Alguns manifestam essa habilidade na arte, outros nas palavras, na cozinha ou até mesmo na organização de espaços. Por isso, é importante reconhecer e valorizar as diferentes formas de expressão dessa habilidade, pois não existe uma única maneira de ser criativo.
O especialista lembra que, para explorar o potencial criativo, é essencial abrir-se a novas experiências e sair da zona de conforto. “Quando a criatividade está bloqueada, podem surgir sentimentos de frustração e desânimo, além de uma tendência a evitar novas experiências e a se conformar com rotinas monótonas. Dessa forma, trabalhar essa habilidade não é só teoria, é realmente importante para o ser humano”, alerta o psicólogo.
Potencializando a criatividade
Exercitar a criatividade não precisa ser algo complicado. Com força de vontade, ela pode ser praticada ao longo de todas as fases da vida, a partir de pequenos atos.
“Para crianças, por exemplo, podemos fazer isso por meio de brincadeiras e jogos que incentivem a invenção, como criar histórias ou construir figuras com objetos. Essas atividades são muito úteis para a alfabetização e memorização. Os pais e educadores desempenham um papel fundamental nesse processo”, explica Marques.
Enquanto na adolescência, projetos criativos, como a produção de conteúdos em vídeo ou fotografia, podem ajudar jovens a desenvolver habilidades e expressar ideias. Para adultos, pequenos momentos de escrita livre, culinária experimental, cursos por hobby ou outras atividades prazerosas podem ser ótimos escapes criativos. Sem esquecer, é claro, de novas experiências fora da rotina profissional, que podem enriquecer ainda mais o cotidiano.
Já na terceira idade, atividades como pintura, jardinagem, organização de álbuns de fotos, cursos de dança e interações sociais são formas de estimular a mente, promovendo bem-estar emocional e psicológico.
De modo geral, em qualquer faixa etária, adotar práticas que envolvam contato com a natureza, leitura e a criação manual podem ser excelentes maneiras para começar a nutrir essa capacidade.
“Incorporar atividades criativas na rotina ajuda a aliviar o estresse e fortalecer a autoestima. A criatividade pode ser terapêutica, criando um espaço de autoexpressão que é benéfico em todas as etapas da vida”, conclui o especialista.
Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento
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