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Saúde

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01 de Dezembro de 2025

Cuidados paliativos priorizam qualidade de vida e o alívio do sofrimento de pacientes

Os cuidados paliativos representam uma forma diferente de olhar e cuidar do paciente. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 625 mil pessoas no Brasil necessitam desse tipo de atenção, que busca garantir conforto, dignidade e qualidade de vida mesmo diante de doenças graves ou sem cura.

O Dr. Marco Acras, intensivista da UTI da Santa Casa de São Roque, unidade gerenciada pelo CEJAM, em parceria com a prefeitura da cidade, descreve que: “cuidar paliativamente é garantir que o paciente não sofra, não sinta dor, nem cansaço, ânsia de vômito ou outros desconfortos. É cuidar de forma integral, buscando que ele viva da melhor maneira possível, mesmo diante das limitações impostas pela doença.”

O médico ressalta que os cuidados paliativos se aplicam a todas as pessoas com doenças ameaçadoras à vida, e não apenas em estágios terminais. Pacientes com câncer, AIDS, diabetes, insuficiência cardíaca, AVC e até condições genéticas, como a Síndrome de Down, podem se beneficiar dessa abordagem, que prioriza o bem-estar físico, emocional, social e espiritual.

Segundo ele, um dos equívocos mais comuns é associar a atenção paliativa apenas ao fim da vida. “O cuidado paliativo começa no diagnóstico de uma doença grave, e não no último momento. Há pessoas que vivem anos, até décadas, acompanhadas por uma equipe paliativista”, afirma .

Ele cita pacientes com AIDS ou insuficiência cardíaca que seguem suas rotinas com apoio contínuo. “Nosso papel é garantir que a pessoa continue vivendo com propósito, com prazer, com dignidade. O maior erro é deixar alguém morrer antes de morrer. Ou seja, perder o sentido da vida antes do tempo.”

A equipe paliativista é multiprofissional e integrada. Médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, nutricionistas, técnicos de enfermagem, equipe de limpeza e familiares participam do processo. “Todos que cercam o paciente fazem parte desse cuidado. Às vezes, o simples gesto de sentar e ouvir o que ele tem a dizer já é uma forma de acolher”, afirma o médico.

Compreender os cuidados humanizados, explica Dr. Acras, também exige discutir bioética, área que busca equilibrar os avanços tecnológicos da medicina com o respeito à dignidade humana. “Nem tudo o que é tecnicamente possível é eticamente desejável. A bioética define o limite entre o que a tecnologia pode fazer e o que o ser humano realmente precisa”, pontua.

Os pilares que orientam essa prática são quatro: autonomia, que garante ao paciente o direito de escolher o caminho do tratamento; beneficência, que determina que toda intervenção deve buscar o benefício do paciente; não maleficência, que preza por evitar danos desnecessários; e justiça, que assegura o mesmo cuidado e acolhimento a todos, independentemente de classe social, religião ou condição econômica.

Dr. Marco também compartilha relatos emocionantes que mostram o impacto dessa abordagem. “Nunca me esqueço de um paciente que, ao receber da equipe de oncologia a notícia de que não havia mais tratamentos disponíveis, perguntou se poderia retomar alguns hábitos antigos. Às vezes, é isso: é permitir que a pessoa continue vivendo dentro do que lhe dá prazer, mesmo em circunstâncias difíceis.”

Ele lembra ainda de uma senhora que, ciente de que se aproximava do fim da vida, internou-se para receber cuidado integral, mas pediu para passar o Natal em casa. “Movemos o mundo para realizar o desejo dela. Ela saiu do hospital na noite de 24 de dezembro, por volta das 20h, passou a meia-noite em casa e voltou para o hospital às 3 horas da manhã, ela pôde aproveitar aquele momento com dignidade. Faleceu no dia 26.”

Outras histórias também marcaram sua trajetória, como a de uma paciente que conseguiu se casar no hospital para garantir os direitos do companheiro, e de famílias que encontraram acolhimento e apoio durante o luto. “Cuidar paliativamente é enxergar a pessoa por inteiro, suas dores, desejos, medos e sonhos e não apenas a doença que ela carrega”, destaca.

O especialista reforça ainda que espiritualidade não se limita à religião: “está ligada à capacidade de cada pessoa se conectar consigo mesma e encontrar sentido em sua jornada. É o que ajuda o paciente a seguir em paz, independente de crenças.”

Para o Dr. Acras, o grande aprendizado da atenção paliativa é lembrar que a vida é finita e que a medicina deve caminhar lado a lado com o afeto. “A única certeza que temos é a de que um dia vamos morrer. Então, que a vida seja boa enquanto durar. Cuidar não é curar. É aliviar o sofrimento, acolher, escutar e respeitar a história de cada um”, finaliza.

Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento

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