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02 de Julho de 2025
Foto: Freepik
O processo natural de envelhecimento traz consigo uma série de mudanças fisiológicas e metabólicas que exigem atenção especial à alimentação. A segurança alimentar na terceira idade vai muito além da disponibilidade: trata-se de garantir que as refeições sejam saudáveis, seguras e adequadas às novas necessidades do organismo.
“A população idosa é particularmente vulnerável às doenças transmitidas por alimentos e água, em função de alterações no sistema imunológico e da presença frequente de doenças crônicas. Por isso, garantir uma alimentação segura e adequada é fundamental para preservar a saúde, a autonomia e a qualidade de vida dos idosos”, alerta Andrea Araújo Marques, coordenadora do Serviço de Nutrição do Hospital Municipal Evandro Freire, gerenciado pelo CEJAM em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.
Segundo a nutricionista, as adaptações no cardápio dos idosos devem considerar fatores como perda de dentes, redução da produção de saliva e diminuição do paladar, que dificultam a mastigação e a deglutição.
“Nestes casos, oferecemos alimentos mais macios, bem cozidos, ou em forma de purês. Carnes, por exemplo, precisam ser servidas moídas ou desfiadas para garantir boa aceitação e ingestão adequada de proteínas, essenciais para evitar a sarcopenia – perda de massa muscular que pode comprometer a mobilidade e levar à dependência”, explica.
Desnutrição ainda é um desafio nos hospitais
A desnutrição é um problema grave e comum entre idosos hospitalizados. De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil a prevalência pode chegar a 65%, dependendo da região e dos critérios utilizados. No Hospital Municipal Evandro Freire, segundo a especialista, os pacientes são avaliados nutricionalmente nas primeiras 48 horas após a internação, utilizando protocolos como a NRS-2002, que considera perda ou ganho de peso não intencional, ingestão alimentar, IMC (Índice de Massa Corporal) e idade.
“Detectar precocemente o risco e iniciar a terapia nutricional adequada é essencial para reduzir complicações, tempo de internação e melhorar a resposta clínica dos pacientes”, afirma Andrea.
Sinais de alerta em casa
Mesmo fora do hospital, é possível identificar sinais de que a alimentação do idoso pode estar inadequada. Perda ou ganho de peso inexplicável, feridas que demoram a cicatrizar, pele seca, cansaço, falta de apetite e até sinais de confusão mental podem indicar deficiências nutricionais.
A nutricionista também ressalta o impacto emocional e social na alimentação: “Solidão e depressão podem afetar diretamente o interesse pelo alimento. Por isso, sempre que possível, as refeições devem ser feitas em companhia, com atenção e prazer”.
O que deve estar no prato do idoso
De acordo com Andrea, uma dieta equilibrada para a terceira idade deve incluir alimentos frescos como arroz, feijão, ovos, carnes, legumes e verduras, frutas inteiras (em vez de sucos) e hidratação constante, mesmo sem sede. Já os alimentos ultraprocessados, açucarados e com alto teor de sódio devem ser evitados.
Para facilitar o consumo de líquidos, a especialista recomenda estratégias como oferecer água saborizada com frutas ou ervas, incluir alimentos com alto teor de água (como melancia, tomate e pepino) e criar lembretes visuais na casa para estimular o hábito de se hidratar ao longo do dia.
Controle rigoroso no ambiente hospitalar
No contexto hospitalar, o cuidado com a segurança alimentar é ainda mais rigoroso. “Desde a escolha dos fornecedores, passando pelo armazenamento, manipulação e preparo dos alimentos, tudo segue protocolos estabelecidos no Manual de Boas Práticas. Além disso, os profissionais da cozinha recebem treinamento contínuo e o processo é auditado pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar”, explica Andrea.
Ela reforça também a importância dos cuidados em casa. “É fundamental promover a higienização correta dos alimentos, como de verduras e legumes, bem como atentar ao preparo adequado de carnes para reduzir riscos de contaminação por fungos e bactérias”, frisa.
Um cuidado multidisciplinar
Dificuldades para mastigar ou engolir, comuns entre os idosos, exigem atenção conjunta da nutrição e da fonoaudiologia. Segundo a profissional, o objetivo é mais do que garantir nutrientes, mas também resgatar o prazer de comer, ato que nutre o corpo, mas também alimenta as emoções e os vínculos sociais.
O cuidado com a alimentação na terceira idade deve ser contínuo e personalizado, levando em conta as particularidades de cada pessoa. “Alimentar-se bem, com variedade, equilíbrio e segurança, é um dos pilares para envelhecer com saúde e dignidade”, finaliza.
Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento
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