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Saúde

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05 de Setembro de 2025

Gestantes expostas à fumaça de cigarro têm até 60% mais risco de gerar bebês com baixo peso

Foto: Freepik.

É recorrente que se associe os riscos do tabagismo à gestante que fuma. No entanto, menos conhecida, e igualmente perigosa, é a ameaça invisível àquelas que não fumam, mas convivem em ambientes com fumaça. O tabagismo passivo contamina o ar e traz ao feto substâncias tóxicas, colocando em risco seu crescimento e saúde futura.

“A fumaça ambiental do tabaco contém cerca de 4 mil compostos, dos quais mais de 200 são tóxicos e cerca de 40 são cancerígenos. Estima-se que a fumaça liberada no ambiente contenha até três vezes mais nicotina e monóxido de carbono, e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça tragada diretamente pelo fumante”, alerta o obstetra Dr. Pedro Melo, do Hospital da Mulher Mariska Ribeiro, gerenciado pelo CEJAM em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.

O peso invisível do fumo passivo no bebê

Estudos internacionais demonstram que a exposição passiva durante a gravidez aumenta significativamente o risco de baixo peso ao nascer. Uma meta-análise publicada no International Journal of Gynecology & Obstetrics apontou que mulheres grávidas expostas ao fumo passivo têm até 60% mais chance de terem bebês com baixo peso.

Já outra pesquisa, conduzida pela Universidade da Califórnia e publicada no Environmental Health Perspectives, verificou que bebês de mães expostas ao fumo passivo nasceram, em média, com peso até 88 gramas inferior em comparação aos filhos de mulheres não expostas.

“A exposição intrauterina ao tabaco e seus subprodutos têm diversas consequências maternas e fetais. Quando falamos em exposição, estamos nos referindo ao tabagismo passivo também. Esse, ainda que em menor escala, apresenta as mesmas consequências do tabagismo ativo”, explica Dr. Melo.

Consequências neurológicas e comportamentais

A fumaça ambiente não compromete apenas o peso do bebê: ela prejudica também o desenvolvimento cerebral e pulmonar. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que a nicotina atravessa a placenta, podendo afetar a formação cerebral e a estrutura dos vasos sanguíneos do útero. Estudos indicam alterações estruturais e funcionais no cérebro de crianças até 12 anos associadas à exposição pré-natal ao tabaco, como menor volume de massa encefálica, desempenho inferior em testes de avaliação cognitiva, menor eficiência em funções executivas na adolescência e uma discreta redução no quociente de inteligência (QI).

Embora ainda não seja possível comprovar causalidade direta entre exposição ao tabaco e alterações comportamentais, existem evidências de que o contato com a fumaça pode estar relacionado ao desenvolvimento de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Um estudo envolvendo 1 mil pacientes nascidos entre 1998 e 1999 com diagnóstico de TDAH sugere que esse efeito pode ser dose-dependente, ou seja, quanto maior a exposição, maior o risco.

O monóxido de carbono presente na fumaça intensifica a hipóxia intrauterina, aumentando o risco de complicações como pré-eclâmpsia e insuficiência placentária. Crianças expostas ao tabagismo passivo apresentam maior probabilidade de desenvolver asma, infecções respiratórias recorrentes, otites de repetição e até a síndrome da morte súbita infantil, segundo o Ministério da Saúde.

No Brasil, dados oficiais do Portal de Serviços e Informações do Governo Federal estimam que sete não-fumantes morrem por dia devido à exposição passiva, considerando apenas três doenças principais associadas ao tabaco, e mais de 60% dessas mortes ocorrem entre mulheres.

Proteção da gestante: responsabilidade de todos

A proteção da gestante depende do cuidado das pessoas que convivem com ela diariamente. Parceiros e familiares devem evitar fumar dentro de casa, no carro ou em qualquer espaço próximo à grávida.

Sempre que possível, o ideal é que fumantes utilizem áreas externas, afastadas do ambiente doméstico, e tenham atenção redobrada com roupas e objetos que podem acumular partículas tóxicas.

Também é fundamental dialogar com familiares e amigos, explicando os riscos reais do tabagismo passivo, para que todos se engajem na proteção da gestante. Fora de casa, recomenda-se priorizar lugares sinalizados como “livres de tabaco”, já que a legislação federal proíbe fumar em ambientes fechados de uso coletivo.

“O perigo está no ambiente, por isso, proteger a gestante é proteger o bebê. Não há grau seguro de exposição à fumaça. A única medida eficaz é garantir ambientes totalmente livres de cigarro, especialmente onde a gestante transita ou reside”, reforça Dr. Pedro.

Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento

Saúde da mulher Prevenção

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