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05 de Abril de 2024

Gestão de Cuidados Paliativos em hospital do Rio combina atuação especializada e ações de humanização

O atual cenário do envelhecimento da população e seu consequente aumento de quadros de demência e doenças crônicas são alguns dos fatores que tendem a ampliar a demanda por Cuidados Paliativos (CP) no Brasil e no mundo.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano, estima-se que mais de 56 milhões de pessoas passem a depender desse tipo de atendimento. Já no Brasil, de acordo com um estudo publicado pela Revista da Associação Médica Brasileira (RAMB) em 2019, há previsão de que, até 2040, cerca de 1,2 milhão de pessoas necessitem de CP no Brasil.

Com essa preocupação, desde 2011, a medicina paliativa se tornou uma área de atuação médica no país e, embora tenha avançado desde então, especialistas acreditam que o caminho é longo e requer medidas contundentes para que a saúde brasileira possa oferecer, cada vez mais, a assistência necessária a essa importante parcela da população.

Foi pensando nisso que o Hospital Municipal Evandro Freire, no Rio de Janeiro, criou uma Comissão de Cuidados Paliativos, reunindo especialistas multidisciplinares conforme recomenda a OMS, e desenvolvendo protocolos específicos para aprimorar o atendimento de pacientes com esse quadro.

A dentista intensivista Flávia Lobão, presidente da comissão, esclarece que a iniciativa integra uma série de ações rigorosas, aliando ciência e humanização para atuar na melhoria do bem-estar do paciente.

“Nossa atuação funciona como uma resposta ativa aos problemas decorrentes da doença crônica ou aguda, incurável e progressiva, na tentativa de prevenir o sofrimento que ela gera e de proporcionar a máxima qualidade de vida possível a esses doentes e suas famílias”, explica a especialista, que também é professora do curso de Especialização de Cuidados Paliativos da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/Fiocruz).

O Evandro Freire foi precursor na criação desta Comissão, tendo sido a primeira a ser registrada no Diário Oficial da União da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, em 2018.

Segundo a Dra. Flávia, a ideia surgiu quando observaram que os pacientes procuravam o hospital, muitas vezes, já com diagnóstico de doenças degenerativas crônicas progressivas ou de câncer. Assim, apesar de ser um hospital de emergência, a instituição compreendeu que era necessária uma atuação mais abrangente.

“Para ampliar a efetividade dos atendimentos, nós criamos indicadores para nortear a qualidade do serviço, os quais permitem que nossas equipes possam aprimorar os planos de ação para uma assistência cada vez mais completa”, destaca.

Além disso, conforme pontua a Dra. Flávia, a instituição conta com o apoio do Programa de Atenção Domiciliar (PAD) Melhor em Casa, do Ministério da Saúde, que envia semanalmente um especialista à unidade para acompanhamento e discussão sobre os casos de pacientes até então internados e que passarão a receber assistência em seus domicílios.

“Tudo isso faz com que nosso trabalho seja ainda mais efetivo, engajando nossas equipes em um único propósito – o de oferecer um serviço humanizado e de alta qualidade àqueles que mais necessitam de cuidado e conforto”, salienta.

Além de publicar trabalhos pioneiros sobre a temática em congressos e eventos da área, o hospital dedica o mês de outubro para a causa, culminando com a realização da Jornada Anual de Cuidados Paliativos, trazendo orientações e compartilhando experiências com todos os profissionais de saúde que atuam ou desejam se aprofundar sobre o assunto.

Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento

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