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29 de Janeiro de 2024

Janeiro Branco: atuação da psicologia no atendimento à saúde mental materna pode ser vital

Com o olhar voltado à saúde materna, organizações de saúde de todo o mundo vêm compreendendo a necessidade de uma abordagem abrangente no atendimento às gestantes e mães, reconhecendo que o bem-estar emocional é tão vital quanto o cuidado físico.

De acordo com a psicóloga Lídia Farias, que atua na maternidade do Hospital da Mulher Mariska Ribeiro, no Rio de Janeiro, essa fase na vida da mulher é repleta de emoções intensas, medos, ansiedades e desafios, iniciando um processo que vai além das transformações físicas no corpo feminino.

Por essa razão, ela defende que o acompanhamento do Serviço de Psicologia no apoio às mães é fundamental e deve ser realizado durante todas as etapas da gestação e nascimento do bebê, inclusive quando há risco na gravidez ou problemas mais graves, que podem evoluir para o óbito fetal ou neonatal.

“A vivência da maternidade é uma jornada complexa, com emoções contraditórias, onde as mães enfrentam medos, ansiedades e cobranças sociais sobre o que é esperado delas. O desequilíbrio emocional, somado às mudanças físicas, pode predispor as mulheres a transtornos psiquiátricos, como a depressão pós-parto, por exemplo”, destaca a especialista.

Segundo estudo realizado pela fundação britânica Parent-Infant, uma em cada dez mulheres apresenta dificuldades em estabelecer uma conexão afetiva com seus bebês, problema que possui entre suas principais causas a depressão pós-parto.

No Brasil, conforme pesquisa divulgada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mais de 25% das mães desenvolvem depressão pós-parto entre os 6 e 18 meses, após o nascimento do bebê. As pesquisas sobre o assunto citam efeitos no desenvolvimento social, afetivo e cognitivo da criança, além de sequelas prolongadas na infância e adolescência.

Lídia explica que o Serviço de Psicologia do Hospital desempenha um papel fundamental ao oferecer esse suporte. Durante o pré-natal de gestantes de alto risco, as intervenções da equipe psicossocial ocorrem para prevenir o surgimento de transtornos psiquiátricos no pós-parto, ajudando na construção da identidade materna e proporcionando um ambiente emocionalmente estável que irá impactar positivamente a saúde mental da mãe e o desenvolvimento do bebê.

Já na etapa de internação, as mães que enfrentam dificuldades emocionais no processo de maternagem são cuidadosamente avaliadas e acompanhadas pela equipe do Mariska. “Quando necessário, realizamos também o encaminhamento dessas pacientes para a rede de saúde mental do território, garantindo que elas recebam o apoio adequado para superar os desafios emocionais”, salienta.

Outra abordagem realizada pelo Serviço de Psicologia se refere ao acolhimento após o óbito fetal ou neonatal, compreendendo essa experiência como um rompimento de expectativas e sofrimento psíquico intenso. “O óbito fetal ou neonatal é uma experiência devastadora que exige uma abordagem ainda mais sensível e compreensiva”, alega Lídia.

No Mariska Ribeiro, as intervenções do Serviço de Psicologia são implementadas ainda durante a internação da mãe ou do bebê, com atendimento constante e personalizado, levando em consideração as especificidades de cada caso e perfil da família.

Segundo a psicóloga, é também disponibilizado seguimento ambulatorial para acompanhamento do processo de luto, com o objetivo de construir e fortalecer estratégias de enfrentamento.

“Nesses casos, todo o nosso empenho é direcionado a ajudar essa mãe a enfrentar o momento difícil para que consiga, aos poucos, conquistar o equilíbrio emocional necessário para retomar sua rotina com mais qualidade de vida, fatores que influenciam diretamente sua saúde física e mental em médio e longo prazos”, finaliza.

O Serviço de Psicologia do Hospital Mariska Ribeiro está disponível de segunda a sábado, das 8h às 18h para suporte junto às pacientes internadas e atendimento ambulatorial para gestantes do pré-natal de alto risco.

Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento

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