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27 de Dezembro de 2016
Um lutador com deficiência física foi multado após estacionar o carro em uma vaga reservada para Portadores de Necessidades Especiais (PNE), em frente a um restaurante do Shopping Flamboyant, em Goiânia. Segundo Elcirley Luz Silva, de 42 anos, que pratica jiu jitsu, a infração foi aplicada mesmo o veículo possuindo a credencial e o adesivo que o permite parar no local. Ele afirmou que se sentiu""""humilhado"""".
A Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade de Goiânia (SMT) alega que o adesivo está em desuso e o cartão de deficiente não estava visível.
A situação aconteceu na última sexta-feira (23) e ganhou repercussão depois de um post nas redes sociais. Elcirley, que tem uma prótese na perna esquerda, explicou que havia saído com a mulher e os dois filhos, de 15 e 10 anos, de Barra do Garças, no Mato Grosso, com destino à Brasília, onde passaria o Natal na casa de parentes. Durante o trajeto, parou para almoçar no restaurante e colocou o veículo na vaga especial.
(Quando sai, notei que havia sido multado. Pensei que era brincadeira e achei muito estranho. Procurei os funcionários do shopping e eles não me deram apoio. Então contei com o apoio do gerente do restaurante e acionei a Polícia Militar), disse ao G1.
O lutador contou que, minutos antes da PM chegar, um carro da SMT com os agentes que o multou apareceu. Quando questionou o porquê da multa, ficou surpreso com a resposta.
(Eles disseram que a minha licença para estacionar naquela vaga, por ser emitida em Barra do Garças, não valeria em Goiânia. Mas a credencial é de âmbito federal. Em seguida, disseram que iriam guinchar meu carro. Logo em seguida a polícia chegou e fomos todos para a delegacia), explicou.
Humilhação
Na delegacia, Elcirley fez um registro de ocorrência por danos morais e prometeu levar o caso à Justiça. Quer ainda recorrer da multa, no valor de R$ 107. A chegada a Brasília, prevista para as 16 horas, só ocorreu às 23 horas.
(Estou sem chão. Fui humilhado e minha família também. A questão não é pelo adesivo ou por eu ter uma prótese, mas sim a forma como fui tratado por eles. Fico imaginando quantas pessoas com necessidades especiais já tiveram que passar por essa situação), afirma.
O lutador perdeu parte da perna esquerda há cerca de três anos após um acidente de moto. Na ocasião, chegou a ficar 22 dias em coma. Atualmente, ele usa uma prótese.""""Superei a perda da minha perna, mas Isso foi um desrespeito enorme. Isso está errado"""", desabafa.
Após o episódio, Elcirley publicou um longo texto em seu perfil no Facebook falando sobre o caso. Até a noite de domingo (25), o post já tinha quase 1 mil compartilhamentos.Â
Adesivo em desuso
A SMT informou, em nota, que o""""adesivo em questão está em desuso desde 2008"""". A secretaria defende que o cartão de deficiente""""deveria estar visível no painel do veículo, conforme prevê o Artigo 3º da Resolução 304 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran)"""".
De acordo com a SMT, (após a feitura do auto, não é possível a anulação da notificação de infração pelo agente de trânsito). Além disso, o condutor poderá entrar com recurso.
A secretaria alega que os funcionários foram desacatados pelo lutador. (Informamos ainda que os agentes de trânsito retornaram ao local a pedido do condutor para esclarecimentos. O servidores alegaram que foram desacatados pelo condutor, fato que foi registrado no 8º Distrito Policial, no Setor Pedro Ludovico. Em
momento algum o condutor foi impedido de retirar o veículo do local para que pudesse ir embora. Ele somente foi autuado conforme o CTB por não portar documento necessário para ocupar a vaga de deficiente).
Já a assessoria do Shopping Flamboyant informou que (não tem poder de interferir nas políticas de fiscalização. Apenas cumpre as resoluções do Contran 303/2008 e 304/2008 destinando, sinalizando e reservando as vagas, competindo exclusivamente ao órgão de trânsito o trabalho de fiscalização).
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Fonte: G1
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