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19 de Novembro de 2025
Foto: Freepik.
A pneumonia pode parecer algo comum, uma tosse que demora a passar, uma febre que insiste em voltar, um cansaço que chega sem explicação. Mas o perigo está justamente nos sinais sutis que muitas vezes não são percebidos até que a infecção já esteja avançada. Em um país onde é comum confundir sintomas respiratórios com “gripe forte” ou recorrer à automedicação, o descuido pode transformar um quadro simples em uma emergência médica.
A pneumonia ainda é uma ameaça global
Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), infecções respiratórias inferiores, incluindo a pneumonia, continuam entre as principais causas de morte no mundo. Em 2019, mais de 740 mil crianças menores de 5 anos morreram em decorrência da doença, o que corresponde a cerca de 14% de todas as mortes nessa faixa etária. Embora o número assuste, há outro dado que merece atenção: a pneumonia também figura entre as infecções mais graves em adultos e idosos.
No Brasil, um levantamento publicado no Jornal Brasileiro de Pneumologia apontou que a mortalidade hospitalar chega a 18% entre pacientes com menos de 65 anos e ultrapassa 23% entre os idosos, reforçando que o problema vai muito além da infância.
Segundo o médico Dr. Luis Mora, intensivista do Coordenação de Emergência Regional (CER) Ilha do Governador (gerenciada pelo CEJAM em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro - SMS-Rio), a doença tem maior ocorrência entre idosos, fumantes, pessoas com doenças crônicas como diabetes, DPOC ou insuficiência cardíaca, e indivíduos com baixa imunidade.
“A demora para buscar ajuda é o que mais preocupa. Muitos chegam ao hospital apenas quando já há falta de ar ou queda de oxigenação, e isso muda completamente o desfecho clínico”, alerta.
Risco para os bebês
Nos primeiros anos de vida, o sistema imunológico ainda está em amadurecimento, o que torna bebês e crianças pequenos mais suscetíveis às infecções respiratórias. O Dr. Júlio Cesar Pelegrini, coordenador da UTI Neonatal do Hospital da Mulher Mariska Ribeiro (gerenciado pelo CEJAM em parceria com a SMS-Rio), ressalta que o cuidado deve começar cedo.
“Nos bebês, qualquer sinal respiratório deve ser levado a sério. Respiração acelerada, gemido ao respirar, recusa alimentar ou febre são motivos para procurar atendimento imediato”, pontua.
Ele reforça que a amamentação exclusiva até os seis meses é uma das principais defesas contra a pneumonia, já que o leite materno contém anticorpos que fortalecem o sistema imunológico.
“A vacinação é outro pilar essencial, assim como evitar o tabagismo passivo e manter os ambientes ventilados. São atitudes simples, mas que têm impacto direto na prevenção”, diz o médico.
A desigualdade como fator de risco
Além de fatores clínicos, a pneumonia também é um marcador de desigualdade social. Ambientes domiciliares precários, falta de saneamento, poluição e dificuldade de acesso à atenção básica ampliam o risco de infecção e retardam o diagnóstico.
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), crianças em comunidades de baixa renda têm até cinco vezes mais chances de morrer de pneumonia do que aquelas em contextos de melhor infraestrutura. “O desafio não é apenas tratar, mas garantir que as pessoas cheguem a tempo de serem tratadas”, afirma o Dr. Mora.
A combinação entre vulnerabilidade social e sobrecarga nos serviços de saúde faz com que muitos casos se agravem antes de receber assistência adequada. “Por isso, políticas públicas de prevenção, especialmente campanhas de vacinação e educação em saúde, são essenciais”, acrescenta.
Os novos desafios no combate à doença
A luta contra a pneumonia também passa por fatores contemporâneos que transformam o cenário da saúde pública. O primeiro deles é o impacto das mudanças climáticas. A intensificação de ondas de calor, queimadas e poluição atmosférica tem aumentado a exposição a agentes irritantes que comprometem as vias respiratórias. Estudos recentes da OMS e da revista The Lancet apontam que a má qualidade do ar está diretamente relacionada ao aumento de internações por pneumonia e doenças pulmonares crônicas.
Outro obstáculo é a resistência bacteriana. O uso inadequado e prolongado de antibióticos tem tornado algumas bactérias mais resistentes, dificultando o tratamento de infecções respiratórias.
“Temos observado que casos antes facilmente controlados hoje exigem esquemas mais complexos e internações prolongadas”, explica o Dr. Mora. Essa tendência preocupa autoridades de saúde e reforça a necessidade de uso racional de medicamentos e de acompanhamento médico adequado.
Por outro lado, há boas notícias. Novas vacinas conjugadas pneumocócicas vêm sendo desenvolvidas com maior cobertura contra diferentes cepas da bactéria Streptococcus pneumoniae, principal causadora da pneumonia bacteriana.
Segundo o Ministério da Saúde, essas vacinas têm potencial de reduzir de forma expressiva os casos graves e as mortes associadas à doença, tanto em crianças quanto em adultos. Além disso, pesquisas sobre imunizantes universais e terapias respiratórias inovadoras indicam avanços importantes para os próximos anos.
Informação que salva vidas
A pneumonia é uma doença tratável e, em grande parte dos casos, evitável. O ponto-chave é reconhecer precocemente os sintomas e procurar ajuda médica. “O tempo é um fator determinante. Quando o tratamento é iniciado rapidamente, a chance de recuperação completa é altíssima”, reforça o Dr. Mora.
Para o Dr. Pelegrini, o recado é o mesmo para todas as faixas etárias. “A atenção aos sinais e a busca rápida por atendimento salvam vidas. Em bebês e crianças, cada hora conta”, afirma.
Nesse sentido, os especialistas deixam uma mensagem direta: prevenir, vacinar e agir rápido são atitudes simples que fazem toda a diferença. Respirar é um ato involuntário, mas cuidar da respiração é uma escolha consciente.
Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento
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