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01 de Setembro de 2023

Ozempic ajuda mesmo no emagrecimento?

Foto: Pixabay

Nos últimos tempos, o Ozempic tem se tornado uma verdadeira febre entre as pessoas que desejam perder peso. Inicialmente utilizado no tratamento do diabetes tipo 2, esse medicamento passou a integrar também a rotina de muitos indivíduos que não se encaixam precisamente nesse diagnóstico.

"Ozempic é um dos nomes comerciais da substância semaglutida, que pertence à classe dos agonistas do GLP-1. Ela é utilizada para auxiliar os pacientes com diabetes tipo 2, caracterizado por resistência à insulina. Nesse caso, durante o seu uso, é essencial manter uma dieta adequada e atividade física", afirma a Dra. Verônica El Afiouni, endocrinologista do AME Itu, instituição administrada pelo CEJAM em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

A semaglutida simula no organismo humano a função do GLP-1, hormônio presente no intestino, responsável por controlar tanto os níveis de glicose no sangue como a satisfação alimentar, por isso, a sua utilização é positiva para o tratamento do quadro.

Quando prescrita especificamente para diabéticos, a substância pode ainda contribuir para a redução de eventos cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico, assim como em doenças cardiovasculares já estabelecidas.

No entanto, o que vem chamado a atenção de muitas pessoas é uma característica específica: "Devido à saciedade gerada e o retardo do esvaziamento gástrico, ela auxilia ativamente no controle e na redução de peso de pacientes diabéticos que possuem obesidade, por exemplo", explica Dra. Verônica.

Com isso, muitas pessoas com sobrepeso, ou que simplesmente buscavam emagrecimento com fins estéticos, passaram a consumir a medicação de forma off label, ou seja, de uma maneira diferente daquela orientada em sua bula.

Até o momento, o remédio é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apenas para casos de diabetes 2. Mesmo assim, a demanda tem sido tão alta no Brasil que muitas farmácias enfrentaram escassez do produto este ano. E como sua compra não exige receita médica, a aquisição para outros fins torna-se ainda mais fácil.

“Usar qualquer medicação sem orientação médica é arriscado. No caso do Ozempic, de modo geral, podem ocorrer náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal, obstipação, entre outros sintomas”, afirma a endocrinologista.

Porém, a especialista ressalta que esses efeitos podem ser minimizados com o aumento gradual das dosagens utilizadas e que, normalmente, são transitórios, desaparecendo após algumas semanas de uso.

Já pessoas que sofrem com alterações na função dos rins precisam ficar atentos, pois o medicamento pode desencadear desidratação e insuficiência renal. Em indivíduos predispostos, pode colaborar para o aparecimento de pancreatite aguda. Quanto aos diabéticos, o uso em conjunto com outros antidiabéticos orais ou insulina pode gerar hipoglicemia no organismo.

É fundamental enfatizar que, quando utilizado com supervisão médica e seguindo as orientações corretas, o medicamento pode ser uma ferramenta valiosa para a saúde de muitas pessoas. No entanto, além desse auxílio profissional, é importante sempre associá-lo a um estilo de vida saudável e consciente.

Nova dosagem

Mesmo com a popularização do Ozempic no auxílio do emagrecimento, a Anvisa aprovou recentemente o primeiro medicamento injetável de uso semanal, focado especificamente no tratamento de pessoas com sobrepeso e obesidade.

Com nome comercial de Wegovy, a nova medicação contém 2,4 mg de semaglutida e promete reduzir em até 17% o peso corporal dos pacientes. Embora o medicamento já esteja disponível em países como Estados Unidos, Dinamarca e Noruega, ainda não há uma data definida para o início das vendas no Brasil.

Além de ajudar na perda de peso, que é o objetivo principal dessa dosagem, uma recente pesquisa conduzida pela farmacêutica Novo Nordisk também constatou uma diminuição nos riscos cardíacos para os dois grupos.

O estudo, divulgado neste mês de agosto, acompanhou pessoas com sobrepeso e obesas que já apresentavam problemas cardíacos e utilizavam a medicação. Ao longo de cinco anos, os resultados demonstraram uma redução de 20% no risco de acidente vascular cerebral (AVC) e infarto entre todos os participantes analisados.

Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento

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