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16 de Agosto de 2024

Pai de primeira viagem? Saiba como embarcar nessa jornada sem medo

A paternidade é um papel complexo e multifacetado que vai além da simples geração de uma vida. Para muitos homens, assumir essa jornada pela primeira vez pode ser uma experiência assustadora, especialmente porque a forma como os pais percebem e constroem a relação com seus bebês é diferente das mães.

"O pai não vivencia a gestação da mesma forma que a mãe", afirma Graziela Abdalla, enfermeira e gerente assistencial do CEJAM. "No começo, muitos realmente encontram dificuldades para tocar a barriga ou interagir e isso é perfeitamente compreensível. Essas reações são normais e não indicam desinteresse.”

De acordo com Graziela, o momento em que o pai realmente se conecta com o bebê pode ocorrer no nascimento, quando ele visualiza a criança pela primeira vez. Esse processo é conhecido como "engrossment", uma resposta intensa ao contato com o recém-nascido. Nesse contexto, o pai assume um papel protetor, demonstrando mais envolvimento, preocupação e interesse com esse universo.

Mesmo com esse processo natural, é importante que os pais façam um esforço consciente para estarem presentes durante os meses que antecedem a chegada do bebê, dividindo as responsabilidades e deveres.

"Durante a gestação, o pai já pode começar a se adaptar, aprendendo sobre seu papel no parto, colaborando na elaboração do plano de parto e adquirindo conhecimentos sobre os cuidados com o bebê e a amamentação", explica a enfermeira.
No momento do parto, eles podem acompanhar tudo, garantindo que os desejos da gestante sejam respeitados, além de participar auxiliando na utilização dos métodos não farmacológicos de alívio da dor durante o trabalho de parto.

“Após o nascimento, a presença e o auxílio do pai tornam o puerpério mais leve, por isso, também é muito importante. Ele tem a oportunidade de participar da amamentação, acolher e fortalecer o vínculo familiar”, ressalta a profissional.

Nasceu, e agora?

De fato, a chegada de um filho é um momento repleto de emoções intensas, onde a alegria e a expectativa se misturam com tensão, ansiedade e insegurança. Muitas vezes, no entanto, essa combinação de sentimentos pode levar a uma série de questionamentos, especialmente para aqueles que estão vivenciando a paternidade pela primeira vez.

"Perguntas como 'Serei um bom pai?', 'Como posso exercer bem esse papel?', 'Saberei realizar os cuidados?' e 'E se algo de errado acontecer?' são comuns neste período, afinal, é algo novo", afirma Ligia Kaori Matsumoto, psicóloga do CEJAM.
Segundo a especialista, essas dúvidas permeiam a mente de todos os tipos de pais, incluindo aqueles que adotam, os que geram através da barriga solidária, homens trans, pessoas transmasculinas e até mesmo aqueles que, por algum motivo, não residem com os filhos.

Além das preocupações de cunho emocional, há também desafios práticos a serem enfrentados. “Muitos não sabem como se ajustar às mudanças na dinâmica do relacionamento com o parceiro ou parceira, como equilibrar a nova rotina familiar com as demandas do trabalho ou como lidar com as mudanças financeiras necessárias para prover o sustento deste novo membro da família. É também um processo de autoconhecimento e amadurecimento”, ressalta Ligia.

Uma estratégia sugerida pela psicóloga é buscar recursos educacionais e de apoio. Participar de aulas preparatórias para o cuidado do bebê e da criança pode fornecer aos pais as ferramentas necessárias para se sentirem mais confiantes e independentes na hora de cuidarem de seus filhos.

“Os grupos de apoio para pais também podem oferecer um espaço seguro para compartilhar experiências, desafios e sucessos com outras pessoas que estão passando pela mesma situação”, finaliza.

Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento

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