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30 de Janeiro de 2025

Volta às aulas: dicas para garantir a saúde e segurança das crianças

Depois de um período de férias cheio de brincadeiras, viagens ou descanso, é hora de organizar o retorno à rotina escolar dos pequenos. O momento, aguardado ou temido por muitos deles, traz desafios que vão além da adaptação às novas matérias, amigos e professores.

Seja para quem está começando o ano em uma escola nova ou retomando a antiga, cuidados simples podem fazer toda a diferença para que o aprendizado aconteça de forma saudável e segura. Por isso, garantir que as crianças estejam protegidas contra doenças e outros riscos é uma preocupação que precisa estar no topo da lista de prioridades dos pais nesse início de ano.

“De maneira geral, a orientação atual é que a avaliação anual da criança seja realizada a partir dos 02 anos de idade pelo médico de família que a acompanha. Embora geralmente seja recomendado que essa avaliação ocorra próximo ao aniversário, ela também pode ser agendada antes do início do período letivo, caso essa data facilite a organização dos pais”, explica Raul Queiroz Mota de Sousa, Médico de Família e Comunidade da UBS Jardim Valquíria, gerenciado pelo CEJAM em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo.

Recomenda-se sempre que possível, uma visita ao consultório médico, onde podem ser realizadas diferentes avaliações e solicitações de exames, caso necessário.

Vacinas em dia

Dr. Raul comenta que outro ponto importante é manter as vacinas em dia. Ele ressalta que a vacinação ajuda a proteger as crianças de diferentes doenças e evita a contaminação coletiva.

“As vacinas são fundamentais para o controle de doenças, principalmente porque o adoecimento nos primeiros anos em que as crianças estão em ambiente escolar é mais comum. Isso ocorre devido ao contato intenso entre elas nas fases iniciais, quando começam a frequentar espaços mais aglomerados.”

Mas é essencial lembrar que o calendário vacinal varia conforme a idade e condições de saúde. Confira as principais imunizações recomendadas, de acordo com o Ministério da Saúde:

Aos 4 anos:

Vacina DTP (2º reforço): Previne difteria, tétano e coqueluche;
Vacina Febre Amarela (reforço): Protege contra a febre amarela;
Vacina Varicela (1ª dose): Previne a catapora.

Aos 5 anos:

Vacina Febre Amarela (1ª dose): Para crianças que não receberam as duas doses antes de completar 5 anos;
Vacina Pneumocócica 23-valente (2ª dose): Indicada para populações indígenas, protege contra infecção invasiva pelo pneumococo.

Aos 7 anos:

Vacina Difteria e Tétano (dT): Reforço a cada dez anos, ou a cada cinco em caso de ferimentos graves, a fim de evitar difteria e tétano.

Aos 9 e 10 anos:

Vacina HPV (dose única): Protege contra os tipos de Papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18.

Atenção aos sinais

Além disso, é necessário observar se a criança apresenta alguma alteração comportamental que possa indicar distúrbios visuais, auditivos ou de desenvolvimento neuropsicomotor, pois esses podem comprometer o aprendizado. Nesses casos, é fundamental buscar ajuda especializada.

"Os pais devem estar atentos a queixas recorrentes de dor de cabeça ou desconforto nos olhos. Se a criança se aproxima demais dos objetos para enxergar, tem dificuldade em identificar itens distantes ou senta-se muito próximo da televisão ou de outras telas para ver melhor, pode ser um indicativo de distúrbio visual. Nessa situação, uma avaliação médica é essencial para evitar problemas futuros", alerta o doutor.

Sono

Fora isso, com o ritmo de férias, muitas crianças acabam perdendo a rotina de sono. Logo, o médico explica que reforçar esse hábito e estabelecer um horário regular e adequado para que ela possa dormir, antes mesmo do início das aulas, pode ter um impacto significativo ao voltar para a rotina escolar.
Segundo a Associação Brasileira do Sono (ABS), as horas recomendadas de sono para crianças, incluindo cochilos são de:

  • 4 a 12 meses: de 12 a 16 horas diárias;
  • 1 a 2 anos: de 11 a 14 horas diárias;
  • 3 a 5 anos: 10 a 13 horas diárias;
  • 6 a 12 anos: 9 a 12 horas diárias.

Hábitos de higiene

Já em relação aos hábitos de higiene para os pequenos, as recomendações são as mesmas destinadas à toda população: lavar sempre as mãos, principalmente após entrar em contato com secreções como coriza ou saliva, antes de se alimentar e após usar o banheiro.

"É preciso orientar a criança para evitar compartilhar objetos como talheres, copos, pirulitos ou garrafas de água. Justamente por não terem esses cuidados nos primeiros anos de ambiente escolar, elas tendem a apresentar mais quadros infecciosos.”

Mochila

O uso inadequado da mochila também pode afetar a saúde. Por isso, o objeto deve ser adaptado para a realidade de cada criança.

“Se a criança precisa percorrer longas distâncias, o ideal é uma mochila mais leve ou com rodinhas, para evitar o excesso de peso nas costas. As alças devem ser confortáveis e o tamanho proporcional ao tronco. Além disso, os objetos mais pesados devem ser colocados na parte de trás da mochila, mais próxima das costas, para facilitar o transporte e reduzir a sobrecarga”, propõe Raul.

Aspecto psicológico

Por último, mas não menos importante, o médico enfatiza que os pais precisam observar se a criança demonstra algum receio em retornar à escola e buscar proporcionar um espaço seguro para que ela possa expressar seus sentimentos.

“Procure entendê-la e oferecer apoio. Promover encontros com colegas de turma ainda durante as férias pode ser uma boa estratégia para manter os laços de amizade e facilitar a adaptação ao novo ano letivo”, finaliza.

Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento

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