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28 de Setembro de 2015
Enquanto o verão não chega, trazendo o risco da dengue, a Coordenadoria Regional de Saúde Sul (CRS Sul) trabalha para evitar um novo surto. Nesta sexta-feira (25), cerca de 400 agentes de endemias e técnicos da Vigilância Ambiental participaram de capacitação no auditório da Universidade Paulista (UNIP) da Chácara Santo Antônio. Objetivo: aprofundar os conhecimentos sobre o mosquito Aedes aegypti, conhecer o cenário atual e o uso de novas tecnologias no controle do vetor. Alexandre Padilha, secretário municipal da Saúde, elogiou a iniciativa e a disponibilidade dos funcionários.
O “2º Encontro: Reestruturação do programa de controle do Aedes aegypti na Coordenadoria Regional de saúde Sul – Inovar para Controlar” é mais uma ação preparatória para o trabalho que já está sendo realizado para o próximo ano. Padilha ressaltou ser este é o momento ideal para começar a agir, evitar que a dengue se torne epidemia em 2016 e cause elevação de mortalidade na capital.
Três fatores foram destacados como alerta da doença: clima mais quente, previsão de falta de água pior do que no ano passado e uma população numerosa que nunca teve dengue.
“As únicas pessoas que podem salvar a cidade de São Paulo de ter uma grande epidemia de dengue é este exército que está aqui. Nós temos que ajudar a população. As pessoas sabem o que deve ser feito, mas esquecem de fazer”, afirmou o secretário.
Ação imediata
Padilha frisou a necessidade de uma ação imediata contra a dengue. “São três pontos principais que precisamos considerar. O primeiro é o que estamos fazendo aqui, hoje. Os trabalhadores precisam estar muito bem informados para esclarecer as dúvidas da população. O segundo é intensificar o controle dos vetores, com as visitas que vocês estão fazendo às casas e aos pontos estratégicos (PE). O terceiro é mobilizar a sociedade, pois o mosquito não tem preconceito e nós também não podemos ter. Temos que ter a comunidade do nosso lado para vencer esta batalha. Eu confio muito em vocês”, disse o secretário.
Casos autóctones
A coordenadora regional de saúde Sul, Tania Zogbi Sahyoun, citou algumas ações que já estão sendo tomadas para combater o mosquito, mas lembrou que o desafio ainda é grande.
“Os trabalhadores fazem um grande esforço para combater essa doença, mas sabemos que depende muito da mudança de hábitos da população. Sabemos que 80% dos focos de transmissão da dengue estão dentro das casas das pessoas. É por isso que contamos com vocês. Fazemos este encontro todo ano, além das outras capacitações, e acompanhamos este trabalho para que vocês possam realizar o trabalho com mais precisão, com mais qualidade e atingindo o objetivo que é o controle do Aedes”, afirmou Tania.
Somente neste ano a região sul teve quase 20 mil casos da doença. Dos 15 distritos administrativos do território sete entraram em situação de emergência, com coeficiente de incidência acima de 300 casos por 100 mil habitantes.
“Quero agradecer por todo o esforço de vocês nesses últimos anos. Todas as vezes que fizemos chamados aos agentes de zoonoses para trabalhar aos sábados, fazer mutirões, para fazer trabalhos conjuntos com as subprefeituras, vocês sempre atenderam nosso chamado com muita disponibilidade e vontade de fazer o que precisava ser feito”, disse a coordenadora.
Pesquisa e informação
Na sequência do evento, acadêmicos da Universidade de São Paulo (USP) foram convidados a passar informações sobre o mosquito e sobre o trabalho de pesquisa que realizam. A palestra do professor Paulo Roberto Urbinatti, da Faculdade de Saúde Pública da USP, abordou a bioecologia do Aedes aegypti, esclarecendo questões sobre o ciclo de vida e os aspectos adaptativos e evolutivos do transmissor. Já o doutorando do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, Danilo Carvalho, apresentou o Projeto Aedes Transgênico, que visa controlar a transmissão da doença produzindo linhagens de mosquitos geneticamente modificados.
Eduardo de Masi, biólogo e interlocutor da Vigilância Ambiental da CRS Sul, encerrou o evento com uma palestra sobre o uso de novas tecnologias no combate ao Aedes aegypti. Masi apresentou o resultado de um projeto piloto com teste rápido para dengue realizado este ano, nas unidades de saúde da região do Campo Limpo, e que poderá ser expandido em 2016 para outras regiões.
Samantha Leite de Souza, uma das organizadoras do evento e veterinária interlocutora da Vigilância Ambiental da CRS Sul, destacou ainda: “Nossa equipe da Coordenadoria vem trabalhando junto às nossas Unidades de Vigilância no planejamento de ações no período anterior e durante a epidemia. Estamos sempre pensando em inovações, em alternativas para tentar combater o Aedes aegypti com maior eficiência. Por isso, nosso segundo encontro chama-se Inovar para controlar, e visa mostrar para nossas equipes que inovações existem, mas não há milagre. O trabalho deles junto à população é fundamental”, disse.
Fonte: Tatiana Ferreira - Comunicação CRSSUL
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