Considerado um dos métodos contraceptivos mais seguros, com cerca de 99,4% de eficácia, o dispositivo intrauterino (DIU) proporciona liberdade de escolha e proteção às mulheres que não desejam engravidar. Além da eficácia, outros benefícios são oferecidos como: longa ação com validade de até 12 anos; fácil acesso; e reversibilidade.

De acordo com dados da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS), o número de inserções de DIU na rede municipal cresceu 47% entre janeiro e abril de 2023, comparado com o mesmo período do ano passado. Foram 4.388 procedimentos realizados neste ano, contra 2.983 em 2022.

Pensando nisso, Ligiane Karla dos Santos, enfermeira supervisora do PAISM (Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher) do CEJAM esclarece algumas dúvidas sobre o DIU de cobre. Confira!

É normal sentir desconfortos após a colocação do dispositivo?

Verdade. A colocação do DIU é considerada rápida e pouco dolorida. Porém, após a inserção, podem ocorrer cólicas e desconfortos, mas, nesses casos, o profissional poderá prescrever medicamentos para o controle da dor. Caso o desconforto persista, a recomendação é procurar atendimento médico.

O DIU aumenta os riscos de infecções na mulher?

Mito. O DIU de cobre não provoca infecções no aparelho reprodutor feminino. Mesmo assim, é importante ressaltar que o dispositivo previne a gravidez, sendo imprescindível o uso de preservativos em todas as relações sexuais para prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

O DIU interefere nas relações sexuais?

Mito. O DIU fica alocado dentro da cavidade uterina, não interferindo no prazer sexual da mulher ou do homem.

Mulheres que não têm filhos podem usar o DIU?

Verdade. Mulheres que já tenham iniciado atividade sexual podem considerar a utilização do método. No entanto, é importante atentar-se para algumas contraindicações, como: gestação, malformações uterinas (úteros bicornos/didelfo) e mioma submucoso ou que comprometa a cavidade uterina.

O DIU pode ser usado no processo de amamentação?

Verdade. O DIU de cobre não contém hormônios, por isso pode ser usado por mulheres que estão amamentando.

O DIU pode alterar o ciclo menstrual?

Verdade. Após a inserção do dispositivo, pode ocorrer aumento do fluxo menstrual e escapes. Porém, essas alterações variam para cada mulher.

Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher

O PAISM (Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher) é uma iniciativa do Ministério da Saúde criada em 1984. No CEJAM, desde 2011, o PAISM trabalha com foco no rastreamento do câncer de colo uterino (coleta de Papanicolau) e, em 2018, passou a atuar também com contracepção de longa permanência, principalmente o DIU de cobre.

Para a colocação desse método no PAISM, Ligiane explica que é necessário baixar o aplicativo E-SAÚDE SP, fazer o cadastro e solicitar o agendamento para inserção do DIU de cobre. Na consulta, é feita uma avaliação profissional e, em caso de aptidão ao método, o procedimento pode ser realizado no mesmo dia.

“Sessenta dias após a inserção, a mulher retorna em consulta para avaliação do DIU e do posicionamento do dispositivo por imagem radiológica. Se o DIU estiver bem posicionado e a paciente satisfeita com o método, ela recebe alta e passa a fazer o acompanhamento em sua UBS de referência.”

O ambulatório também capacita profissionais da rede municipal de saúde para inserção dos dispositivos. O curso é realizado de forma híbrida, dividido em dois módulos, sendo o primeiro com aulas em plataforma EAD e o segundo de forma prática em um simulador ginecológico e atendimento às pacientes. De acordo com Ligiane, esse trabalho é essencial para ampliar o acesso ao método contraceptivo para as mulheres.

Apenas em 2022, mais de 2.990 dispositivos foram inseridos e 325 profissionais foram capacitados, demonstrando a importância da iniciativa. “O PAISM contribui para saúde sexual e reprodutiva entregando autonomia e protagonismo para as mulheres e homens trans com a inserção do DIU de cobre”, finaliza Ligiane.

Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento