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Saúde

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10 de Fevereiro de 2025

Pelo direito de ser: entenda como a transição de gênero pode transformar vidas

Michel Souza Torres, 38 anos, vive na Zona Sul de São Paulo e sempre se sentiu diferente do seu entorno. No começo, achava que a questão era somente sobre a sua orientação sexual, mas depois foi percebendo ainda mais complexidade na forma como experenciava o mundo.

Há dois anos, conseguiu chegar na resposta mais importante de sua vida: ele sempre foi Michel, e precisava dar total vazão para a sua “identidade”.

“Por muito tempo, eu não entendia direito como tudo isso funcionava dentro de mim. Mas, desde criança, sentia que faltava algo, essa era minha única certeza. Experimentar esse processo de autoconhecimento foi uma mistura de emoções. O curioso é que, depois que me compreendi de verdade, tudo se encaixou”, compartilha ele.

Foram longos anos experenciando o mundo através de um corpo, que externamente, apresentava características com as quais ele não se identificava internamente. Até que ele descobriu a possibilidade de realizar a afirmação de gênero gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

"No começo, eu estava inseguro porque as pessoas diziam muitas coisas. Então, pesquisei na internet e vi alguns relatos que me deixaram mais apreensivo, além disso, eu não tinha condições de pagar por um tratamento particular. Foi então que descobri que poderia fazer pelo SUS e isso mudou tudo", ele conta.

Em agosto de 2023, Michel foi à Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua casa e realizou todos os exames necessários para iniciar o processo. Depois de todas as etapas necessárias, foi então encaminhado para o Hospital Dia M'Boi Mirim I – Jardim Ibirapuera, gerenciado pelo CEJAM em parceria com Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS-SP), onde é atendido. Em 2024, só esse Polo ofereceu atendimento para 125 pacientes.

"O processo foi rápido. Em outubro daquele ano, eu já estava iniciando a utilização de hormônios e outras terapias de afirmação de gênero, tomando a primeira dose de testosterona. Agora, em fevereiro, estou indo para a sétima dose", relata.

Hoje, muitas mudanças físicas são visíveis, mas as maiores são internas, já que, desde o começo do tratamento, o usuário vem ganhando força para ter a liberdade de se apresentar como se entende enquanto indivíduo.

"Sempre que estou diante do espelho e me observo, percebo as transformações. Já faz mais de um ano, então já mudei bastante. Consigo ver o bigode que aparece, o corpo que vai ganhando uma nova estrutura. É nesses momentos que eu me reconheço e confirmo que essa foi a melhor decisão que tomei.”

Entenda o passo a passo

O processo de acesso ao Protocolo Transexualizador ocorre por meio de um atendimento inicial na UBS mais próxima da casa do usuário, seguido por um atendimento sequencial na Unidade de Referência da Rede SAMPA Trans, mediante agendamento. Estes cuidados estão disponíveis em todas as regiões da cidade de São Paulo. A partir desse ponto é que os atendimentos necessários passam a compor o cronograma do usuário.

Portanto, quem procura o Polo de Processo Transexualizador do HD M’boi Mirim I, por exemplo, deve, primeiramente, seguir essas diretrizes. Durante todo o tratamento é recomendado frequentar uma UBS em que a Equipe de Saúde da Família possa oferecer um cuidado integral à saúde, complementando o trabalho realizado pela Rede SAMPA Trans.

Encaminhamento para o Polo de Processo Transexualizador

Ao ser direcionado ao Polo, inicialmente, a pessoa responde a um questionário aplicado pela equipe de enfermagem, que também analisa os exames laboratoriais e de imagem realizados anteriormente. Após essa etapa, o usuário recebe atendimento da Assistente Social e, em seguida, é encaminhado ao endocrinologista.

"O objetivo é garantir o acesso universal e gratuito a um atendimento integral e humanizado para pessoas trans. Aqui, trabalhamos com seriedade para combater a discriminação e promover a saúde dessa população. Contamos com uma equipe multiprofissional preparada para realizar escuta qualificada e atendimento personalizado”, complementa Roberta Aparecida Lopes, gerente da unidade, administrada pelo CEJAM em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo.

Todo o cuidado é totalmente centrado na pessoa atendida, buscando entender suas percepções, necessidades e desejos. Assim, é possível construir um plano terapêutico preciso e individualizado também com apoio dos serviços da UBS.

Além do HD Parque Ibirapuera, o Hospital Dia Campo Limpo – Jardim Pirajussara, sob gestão do CEJAM em parceria com a SMS-SP, também localizado na zona Sul de São Paulo, oferece serviços da rede Sampa Trans. Ambas as unidades funcionam das 07h às 19h.

Para obter mais informações, é possível entrar em contato pelos telefones 5108-7190 (Jardim Ibirapuera) e (11) 5108-7035 (Jardim Pirajussara).

Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento

Atenção Secundária HD RAE Rede de Atenção Especializada Atenção Primária Hospital Dia

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