Projeto Magrão: profissionais da saúde utilizam Teoria do Elo para identificar situações de violência

No dia 11 de fevereiro, profissionais do CEJAM, que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da zona sul de São Paulo, participaram de um encontro promovido pelo Núcleo Técnico Regional SP, com o objetivo de discutir a aplicação da Teoria do Elo – conceito que relaciona a condição dos animais à identificação de possíveis casos de violência familiar.

Com base nessa teoria, o Núcleo criou o Projeto Magrão para fortalecer a articulação entre os serviços de saúde na prevenção de violências. O nome surgiu após o resgate de um cachorro em situação de maus-tratos na porta de uma unidade, que evidenciou essa conexão e trouxe ainda mais visibilidade ao tema.

A atuação das equipes em 2024 resultou na publicação de um relato de experiência no Boletim Epidemiológico Paulista (BEPA). O trabalho destaca a importância do olhar atento dos profissionais de saúde para a relação entre a condição dos animais e possíveis situações de violência doméstica, especialmente entre mulheres, crianças e idosos em situação de vulnerabilidade.

Saúde do animal como marcador de violência

A implementação do projeto começou em duas unidades - UBS Alto da Riviera e UBS Jardim Germânia -, gerenciadas pelo CEJAM em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo. As UBSs, localizadas no Jardim Ângela e em Campo Limpo, já desenvolviam atividades voltadas à saúde animal e passaram a incorporar a abordagem da Teoria do Elo em suas práticas.

Desde junho de 2024, as reuniões técnicas conduzidas pelo CEJAM, em parceria com o Programa Ambientes Verdes e Saudáveis (PAVS) e a Equipe Especializada de Violência (EEV), têm promovido discussões sobre a diferença entre notificação e denúncia e o papel fundamental do trabalho em equipe para condução desses casos. Em outubro, a iniciativa foi ampliada com a capacitação do Núcleo de Prevenção de Violência (NPV), viabilizando a expansão do projeto em 2025.

Prevenção e cuidado integrado

Os primeiros resultados indicam que a adoção da Teoria do Elo fortalece o olhar dos profissionais para situações de vulnerabilidade e amplia as estratégias de enfrentamento das violências. Ao reconhecer os maus-tratos a animais como um indicador precoce de risco, as equipes podem agir preventivamente, articulando o cuidado entre diferentes setores da rede de proteção.

Com a proposta de consolidar a Saúde Única, que integra a saúde humana, animal e ambiental, o Projeto Magrão reforça a importância de ações inovadoras para garantir mais segurança e bem-estar às comunidades atendidas pela Atenção Primária.

Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento

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