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18 de Setembro de 2025
A dificuldade de separar o tempo de trabalho do momento de descanso deixou de ser apenas um incômodo cotidiano e passou a ser reconhecida como um problema de saúde pública. De acordo com a psiquiatra Dra. Carla Vieira, do CAPS Infantojuvenil II M’Boi Mirim, unidade gerenciada pelo CEJAM em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS-SP), manter o cérebro permanentemente em “modo trabalho” desencadeia uma série de consequências físicas e emocionais, que vão da insônia e irritabilidade até transtornos psiquiátricos graves.
O alerta chega em um cenário preocupante. Em 2024, o Brasil registrou mais de 440 mil afastamentos do trabalho por transtornos mentais e comportamentais, um aumento de quase 67% em relação a 2023, conforme dados do Ministério da Previdência Social.
Entre os diagnósticos mais frequentes estão: transtornos de ansiedade (141.414), episódios depressivos (113.604), transtorno depressivo recorrente (52.627) e transtorno afetivo bipolar (51.604). Também cresceram os afastamentos relacionados a álcool, drogas, estresse grave, transtornos de adaptação, esquizofrenia e transtornos de personalidade.
Segundo a especialista, a ausência de pausas mentais mantém o sistema nervoso simpático constantemente ativado, o mesmo responsável pela resposta de “luta ou fuga”. Isso eleva os níveis de cortisol e adrenalina e dificulta que o corpo volte ao estado de calma.
“A sobrecarga constante pode favorecer o surgimento de ansiedade generalizada, depressão e até transtorno de estresse pós-traumático, afetando estruturas cerebrais como o hipocampo, ligado à memória e ao aprendizado, e a amígdala, responsável pelas emoções. O excesso de cortisol pode, inclusive, reduzir o volume dessas regiões, comprometendo a cognição e o equilíbrio emocional”, explica Vieira.
Quando o cérebro permanece em alerta, até situações neutras passam a ser interpretadas como ameaças, alimentando a ansiedade. A sensação de esgotamento e a perda de controle tornam-se terreno fértil para a depressão.
“É importante diferenciar um cansaço normal, que melhora com alguns dias de descanso, de um esgotamento real. No burnout, nem o fim de semana resolve: a pessoa continua apática, irritada e perde o prazer nas atividades que antes gostava”, completa.
Vieira aponta que entre os principais sinais de alerta incluem falta persistente de energia, alterações no sono, irritabilidade, dificuldades de concentração, perda de interesse em hobbies e isolamento social. Se esses sintomas se prolongam por semanas e começam a interferir nas relações pessoais e nas atividades de lazer, é hora de procurar ajuda especializada. Entre todos os sinais, o sono costuma ser um dos primeiros a ser afetado.
“Com a mente acelerada, o cérebro não atinge as fases profundas, como o sono REM, essencial para consolidar memórias, processar emoções e eliminar toxinas. O sono é a faxina diária do cérebro; quando falha, o impacto é imediato no humor, na atenção e até no sistema imunológico”, alerta a psiquiatra.
Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento
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